
“Bom dia! Eu sou o condutor Lima. Desejo a todos uma boa viagem e que, mesmo diante das dificuldades e dos desafios da vida, consigam realizar seus projetos e sonhos”. A frase é repetida religiosamente ao início de cada viagem conduzida por Marcos Paulo Lima de Freitas no metrô do Rio de Janeiro. Há dez anos, o condutor optou por utilizar as palavras para levar incentivo aos cerca de 1.800 usuários que lotam uma composição (composta por seis vagões) em horário de pico.
O entusiasmo rendeu frutos. Lima coleciona histórias de usuários que o abordaram para agradecer pela forma de comunicação. “Certa vez, um passageiro chegou à porta da cabine, apertou e beijou minha mão e olhou para o céu. Fiquei muito emocionado, porque lembrei do meu avô, que dava a sua mão para a gente beijar e pedir a benção”, lembra. Em outra vez, um usuário o abordou para dizer que a mãe havia acabado de falecer e que o que ele havia dito fez muito sentido para a vida dele naquele momento de dor. “A única coisa que eu consegui falar foi que sentia muito, mas sei que as minhas palavras deram força para ele seguir adiante”.
Lima conta que decidiu levar esse tipo de mensagem aos usuários devido à sua fé. “A gente conduz pessoas com crenças e formações diferentes. Logo, eu não poderia usar a minha religião para me expressar, mas poderia transmitir algo bom. Quando eu chegava às plataformas, percebia que ali havia muitas vidas. São pessoas indo para a faculdade, para o emprego, para o médico e para tantos outros lugares. E nem sempre elas estão bem. Resolvi me comunicar para incentivar”, conta ao dizer que já havia feito cursos oferecidos pela empresa sobre como estabelecer uma comunicação direta com os usuários, sobretudo em situações excepcionais, quando os passageiros demandam mais informações sobre o que está acontecendo no metrô.
Fonte: Agência CNT