
O rompimento de uma barragem da Vale em Brumadinho (MG) na sexta-feira (25) causou a destruição da área administrativa da empresa, casas e propriedades da região. O deslizamento de lama também deixou mortos e desaparecidos, além de pessoas que tiveram que deixar suas casas.
Veja abaixo o percurso da lama após o rompimento da barragem:

O Fantástico sobrevoou o percurso percorrido pela lama até a tarde desde domingo (veja no vídeo abaixo). A reportagem mostra que a onda de lama que se criou com o rompimento da barragem 1 passou por outras duas morro abaixo.
A 7 quilômetros do local do rompimento, a lama atingiu o rio Paraopeba, um dos afluentes do São Francisco. Segundo o Serviço Geológico do Brasil, a lama percorreu, até este domingo, 46 quilômetros pelo rio, chegando perto da usina termoelétrica de Igarapé, em Juatuba (MG).
A estimativa é que a lama percorra 310 quilômetros até desembocar na usina de Retiro Baixo, em Pompéo (MG).
As barragens
Segundo o presidente da Vale, o volume de rejeitos que vazou com o rompimento é de 12 milhões de metros cúbicos.
Quase todas as barragens da Vale no Córrego do Feijão eram consideradas de baixo risco, mas de dano potencial alto, segundo o Cadastro Nacional de Barragens da Agência Nacional de Mineração.
A barragem que se rompeu foi a 1, utilizada para disposição de rejeitos. Ela foi construída em 1976. Neste domingo (27), chegou a ser informado que havia risco de outra barragem se romper, a 6, mas horas depois a possibilidade foi descartada.
'Tragédia humana'
O presidente da Vale, Fábio Schvartsman, destacou em entrevista que o incidente é uma "tragédia humana". Ele afirma que a maioria dos mortos pelo desastre são funcionários e terceirizados da empresa, já que, no momento em que a área administrativa foi atingida, havia centenas de pessoas trabalhando no local. O refeitório também foi atingido, em um horário em que havia muitas pessoas almoçando.
A Vale, responsável pela barragem que se rompeu, teve R$ 11 bilhões bloqueados pela Justiça até a noite deste domingo, em três decisões diferentes, além de multas no total de R$ 350 milhões.
O incidente ocorre cerca de três anos depois do desastre em Mariana (MG) com barragem da Samarco - empresa que pertence à Vale e à BHP Billiton.
Fonte: G1